Capacetes para andar de moto

A pessoa compra uma moto fantástica, aquela big trail – ou esportiva – dos sonhos, mais de 100 cv de potência, mas escolhe um capacete inadequado porque estava mais barato. Lembre-se, infelizmente, uma colisão pode ser o suficiente para consequências graves. O capacete é o principal equipamento de proteção do piloto e passageiro da moto e, por isso, deve-se pensar sobre e escolher bem este item de proteção importantíssimo.


É fato que muitas pessoas não poderão comprar um capacete melhor por inúmeras razões – e isso é um problema – no entanto, aqueles que têm melhores condições podem e devem se preparar melhor para as adversidades que o uso da moto trás. Infelizmente, os acidentes com motos são mais perigosos que com carros, traz muitos mais riscos e é nisso que devemos pensar quando for escolher um equipamento de proteção: “qual o melhor que eu posso pagar?”.

Sendo assim, uma ajuda na busca pelo capacete ideal é o site da “SHARP”, por exemplo. SHARP é a sigla, em inglês, para “Programa de Pontuação e Avaliação para Segurança de Capacete”, numa tradução livre. Este, é uma iniciativa do Departamento de Transportes do Reino Unido de 2007, para pesquisar as diferenças da segurança dos capacetes vendidos no Reino Unido.
O objetivo da SHARP é:

  • Aconselhar com escolher um capacete que vista bem e seja confortável, e
  • Informar de maneira clara, imparcial e objetiva sobre a segurança dos capacetes vendidos no Reino Unido.

Para se ter uma noção do quão bom é o projeto, em 2013 – pouco mais de meia década de existência – o programa ganhou dois prêmios pelo serviço prestado, o Prince Michael International Road Safety Award, em novembro e o prêmio anual de segurança nas estradas pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) em dezembro do mesmo ano.

Os testes

Então, vamos falar um pouco sobre os testes: são 32, sendo 30 lineares e 2 oblíquos. As batidas são de frente, laterais (direita e esquerda), por trás e por cima do capacete, contra superfícies plana e curva (pontiaguda). As velocidades são de 8,5 m/s (30,6 km/h), 7,5 m/s (27 km/h) e 6 m/s (21,6 m/s), sendo que a regulamentação 22.05 da União Europeia, determina apenas a velocidade de 27 km/h para o teste.

Apesar de parecer velocidades pequenas, deve-se lembrar que a energia de um impacto a 80 km/h, a energia não necessariamente vai toda ao capacete, ela pode ser absorvida por outras partes do corpo, além da batida não ser diretamente no capacete (o que seria muito específico). Numa estrada, se ocorrer um acidente a 80 km/h, muito provavelmente, o motociclista cairá e deslizará pela estrada, absorvendo parte da energia neste deslizamento. Portanto, os testes são suficientes para a maioria dos acidentes reais.

Depois dos testes, comparam-se os resultados de laboratório com os resultados de acidentes relatados e, a partir de todos esses dados (laboratório e acidentes ocorridos) eles classificam o capacete. Para facilitar o informe dos resultados, é atribuída de 1 a 5 estrelas para o capacete.

A classificação

No entanto, um capacete 5 estrelas que não vista adequadamente, pode ser pior que um 1 estrela adequadamente vestido. Apenas para ter uma ideia do assunto, um estudo de 2001 mostra que em 12% dos acidentes os capacetes saíram da cabeça, por serem grandes demais ou não estarem devidamente afivelados. Caso seja muito apertado, também pode causar dores de cabeça que prejudicará a atenção quanto maior o tempo de uso. Por isso, repete-se aqui: além da classificação, verifique a vestimenta do capacete.

Um capacete 1 estrela é ruim?

Importante notar que todo capacete vendido foi testado e tem um mínimo de segurança, no Brasil temos as normatizações do Inmetro, enquanto na Europa há a ECE 22.05 e nos EUA a regulação DOT. Existe ainda, nos EUA, a SNELL e no Reino Unido a SHARP que são testes não necessários para o uso dos capacetes em vias públicas, mas que nos auxiliam a verificar a segurança deles.

Existem capacetes topo de linha que alcançam 3 estrelas, no entanto, é comum perceber que os pontos fracos são as laterais deles. Geralmente, são capacetes pensados para uso em estradas e pistas (track days, por exemplo) e por isso perde-se um pouco de segurança na lateral para melhoria dinâmica. Como uma queda nesses ambientes não significam uma batida “seca” na lateral dos capacetes (ainda que ocorram exceções) isso não compromete a segurança, diferente de acidentes em cidades que geralmente são batidas “secas”, que não há espaço para deslizar quando cai ou que ocorrem colisões nas quais o piloto é lançado ao ar e depois cai ao chão diretamente, como se fosse uma queda de um telhado. Então, ao verificar as classificações, acesse os dados em que são detalhadas quais os problemas que puxaram a classificação para baixo.

Fecho do capacete

Claro que o anel duplo, geralmente, é mais seguro. No entanto, não significa que o fecho rápido não o seja. A diferença é que pode ocorrer uma fadiga do plástico, no entanto, isso só ocorrerá depois de muito tempo de uso e uma inspeção visual já pode dar ideia da situação. O capacete também deve receber uma manutenção de tempos em tempos, no qual deve verificar, além do fecho que é mais visível, a costura na outra ponta da fita e, também, a própria fita.

Material do capacete

O tipo de material indica se o capacete consegue absorver melhor o impacto. Por exemplo, um capacete de fibra de vidro consegue espalhar melhor a energia do impacto por todo o capacete passando menos impacto à cabeça, enquanto um de ABS não consegue fazer essa dispersão de energia pelo capacete resultando num impacto maior à cabeça. Não significa que o capacete de ABS será ruim, no entanto, quanto melhor o material usado, melhor será a absorção de impactos.

Portanto, escolha bem o seu capacete, lembre-se que vale mais a pena pagar por um material melhor que por um desenho mais legal. O capacete é o principal item de segurança, invista o que puder nisso. Além deste, procure por luva, bota, calça, jaqueta e um protetor de coluna. Avalie o tipo de uso que faz da moto e quais as necessidades específicas para você tomar as melhores decisões na compra de equipamentos de segurança. Assim como fazemos o seguro da moto e esperamos não usar, os equipamentos de segurança são o nosso seguro, que esperamos não precisar.

E caso não tenha um seguro para sua moto, a Energy Broker oferece soluções para você não ter problemas. Além de ser corretora oficial Kawasaki, dispõe de seguros que atendem de coberturas básicas – como incêndio, roubo e colisão – ao Seguro Carta Verde, necessário em viagens pelos países do Mercosul.

Veja também