Viagem para Foz do Iguaçu

Essa viagem foi extremamente conturbada. A moto não estava 100% acertada, e eu estava tentando a todo custo tentar ajustar a carburação dela para deixa-la mais econômica. Na terça-feira, dia 16, eu estava na oficina tentando uma última forma de melhorar.

Na quarta-feira, sai do serviço as 13h, fui ao posto de gasolina encher o tanque e calibrar os pneus, depois fui buscar a Luana, fomos ao supermercado comprar algumas coisas e depois fomos para casa, deixar comida e água para os gatos, então finalmente saímos, as 17h00, rumo Foz do Iguaçu.

Não demorou muito para a primeira decepção, com apenas 190 km, paramos para abastecer e obtivemos a primeira média de consumo: 14 km por litro. Pois é, já sabia que a viagem ficaria bem mais cara do que eu havia planejado.

Continuamos pela Castelo Branco, desta vez tentando ir mais rápido. A moto mantinha uma média de 120 a 130 km/h, parecia estar muito pesada, não desenvolvia, quando ao chegar em 110 km percebi que o marcador de combustível estava quase no fim. Parei para abastecer e consegui a segunda média da viagem: 11 km/l. É… realmente estava muito ruim.

Continuamos, paramos no Graal de Ourinhos para Jantar e abastecer, e pela primeira vez a comida lá estava horrível. Parecia perseguição: A comida lá sempre é muito boa, mas naquele dia estava horrível.

Seguimos viagem então até Londrina, e chegamos lá as 11h00. Onde ficamos hospedados em um motelzinho para descansar. As 4h40 acordamos e as 5h00 seguimos viagem. Fomos em um ritmo bom, mantendo médias de 13 a 15 km/l. Não tomamos chuva e a viagem foi tranqüila. Chegamos lá por volta das 14h00. Apenas deixamos as coisas em casa e fomos (de carro) para o Paraguai comprar a nossa muamba sagrada (quem vai a Foz sempre passa lá para comprar muamba).

No dia seguinte (sexta-feira), fomos ao nosso mecânico de Foz e combinamos de ele ver a moto no Sábado. Trocar óleo, filtro de óleo, filtro de ar e ajustar a corrente. Ele acreditava que esse consumo excessivo era devido apenas ao filtro de ar velho, então compramos um novo (original), e no sábado fizemos todo o serviço. Depois, fomos novamente ao Paraguai (dessa vez com a moto) e percebi que a moto realmente estava rendendo um pouco mais. Enchi o tanque para iniciar uma nova média e voltamos para casa.

No sábado a noite então, arrumamos as coisas e partimos de volta para São Paulo, pois queríamos chegar no Domingo cedo, para dar tempo de descansar e organizar as coisas para mais uma semana de trabalho. Saímos de Foz e a moto parecia normal, até que, antes de chegar a Cascavel (menos de 100 km de viagem), a neblina da estrada estava extremamente densa. Para piorar, o meu Farol começou a falhar e desligar sozinho. Então, como eu não enxergava um palmo a frente do nariz, resolvemos parar em um motel para passar a noite e seguir viagem no dia seguinte (puto da vida, pois se era pra ficar parado, teria ficado em Foz).

No dia seguinte (Domingo), ao seguir viagem, percebi que a roda traseira da moto estava meio bamba, com um jogo, uma folga muito além do normal, e que em algumas curvas a moto tremia e chacoalhava demais. Parei para ver, e percebi que era algum problema com um dos rolamentos da roda traseira. Como era Domingo e eu NUNCA acharia alguém para resolver meu problema, resolvi seguir viagem assim mesmo. Fomos arrastando a moto deste jeito até Londrina, metade do caminho. Ao sair de Londrina, já na rodovia, o rolamento deu seu último suspiro e quebrou. A moto perdeu o controle e eu fui obrigado a encostar (sorte que eu estava bem devagar).

Rolamento da roda traseira quebrou


Esperando o guincho

Nessa hora é engraçado, pois simplesmente não há o que fazer. Não tem como arrumar a moto e não tem como seguir viagem. Ficamos lá pensando o que fazer por uns 20 minutos, até que apareceu uma viatura da concessionária da Rodovia (Econorte). Que prontamente nos atendeu. Sinalizou o local e chamou o guincho da rodovia pelo rádio. Ele nos avisou que o guincho estava atendendo a outro usuário, mas que logo na seqüencia seria a nossa vez. Então ficamos esperando lá por mais ou menos 1 hora, até que o guincho apareceu e nos levou de volta para Londrina, nos deixando em um posto na beira da estrada.

No guincho da Econorte

O importante é não perder o bom humor

A sensação de “nada o que fazer” continua, pois realmente, não havia o que fazer para resolver o problema na hora… Pensamos, pensamos, pensamos e resolvemos simplesmente ir para um motelzinho e esperar pelo dia seguinte para arrumar a moto e ir embora. E assim fizemos.

No dia seguinte, acordamos cedo e saímos do motelzinho. Logo encontramos um moto-taxi que nos ajudou indicando uma oficina com reboque, que pudesse levar a moto e consertar. Entramos em contato com eles e eles prontamente enviaram o reboque para levar a moto. O reboque era nada mais nada menos que uma Titan! Isso mesmo! Uma moto com um sidecar do lado que é uma plataforma para levar outras motos. Fiquei impressionado e ao mesmo tempo preocupado, pois a moto estava cheia de bagagem e peso, e eu não confiei muito naquilo. O motorista (ou será piloto) do guinchinho disse “Já levei até VMax aqui… Fique tranqüilo!). Então tá né? Ele levou a moto e eu e a Luana fomos para a oficina com outros moto-taxis.

Moto-Guincho

O chefe da oficina (Aranda Motos) prontamente nos atendeu e um mecânico trabalhou na moto. Foi preciso soldar um eixo para remover os pedaços do rolamento que ficaram no cubo da roda. Mas o cubo não estragou, então foi só colocar rolamentos novos (e um espaçador novo) e finalmente ir embora.

Tudo isso ocupou metade do dia. Saímos de lá as 12h30 e fomos direto para São Paulo. Cabo enrolado a viagem inteira para tentar chegar em São Paulo a tempo de pegar o comércio aberto, pois eu ainda precisava passar na Rua Santa Ifigênia para comprar um Gabinete de computador (depois conto a história). Quando cheguei a São Paulo, vi que não ia dar tempo de passar em casa para deixar toda a bagagem, então resolvemos ir assim mesmo, cheios de bagagem para lá para comprar. Chegamos as 17h55 e conseguimos comprar o gabinete.

Para voltar pra casa, aquela clássica história de São Paulo: Trânsito congestionado e parado. Levou 1 hora para chegar em casa.

As médias da viagem de volta foram melhores: de 15 a 17 km/l. Boas médias considerando que eu vim enrolando o cabo de lá até aqui.

Conclusão: Perdemos um dia de trabalho, gastamos bem mais do que gostaríamos nesta viagem, chegamos cansados e tarde e no dia seguinte estávamos imprestáveis. Mas sempre conseguimos tirar lições nestas horas, e é isso o que realmente importa. Vivendo e aprendendo.

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