Suzuki DL650 V-Strom com 12.000 km – Teste Completo

A DL650 já tem mais de 8 meses de uso e 12 mil km rodados, e chegou a hora de escrever mais um pouco sobre a moto.

Quando escrevi o primeiro teste da V-Strom, ela estava com apenas 700 km rodados, que na minha opinião é pouco para descrever com precisão o que eu realmente acho sobre a moto, mas de um modo geral, naquela época a opinião que formei permanece a mesma com relação ao que eu espero da moto. E agora que já rodei exatos 12.651 km com a moto, e expus ela a mais situações diferentes, posso falar um pouco mais e responder justamente as dúvidas mais frequentes de quem está pensando em comprar uma V-Strom 650.

Comportamento

Posso descrever o comportamento geral da moto como “peculiar”. O centro de gravidade dela é alto (principalmente com o tanque cheio), e isso parece perseguir o piloto o tempo todo, lembrando que ele não deve abusar muito da sorte na hora de pilotar a moto em alta velocidade. Eu confesso que gosto de correr, mas já tomei tantos “sustos” com a V-Strom que hoje evito, e deixo para acelerar apenas nas grandes retas. Em curvas de alta, é comum a moto perder aderência, principalmente com os pneus originais da Bridgestone. Hoje estou usando os Metzeler Tourance, que achei muito melhores, mas ainda assim, é bom não abusar.

Metzeler Tourance Exp

O mais curioso é que em geral, quando a moto perde a aderência, perde nas duas rodas ao mesmo tempo, então ela sai na curva, mas não há aquela torção característica de quando as motos saem de traseira, ou a visão do inferno quando as motos saem de frente. Ela sai, mas mantém o eixo e a inclinação, e quando a aderência volta, ela não está completamente fora de controle, o que é muito bom, mostra que o chassi e o conjunto de suspensão são muito bem construídos.

Os freios dela são muito potentes, e graças a eles, a moto consegue parar relativamente rápido. Mas é preciso ter calma para frear, pois as rodas podem facilmente travar. É bom estar sempre atento. O ABS seria bem vindo nela. Certamente facilitaria a condução da moto.

Motor

O motor só me dá alegria. Ele é realmente muito potente para a proposta da moto. Ele é muito esperto, e acelera a moto rapidamente sempre que necessário. Esticando as marchas até os 10 mil RPM (o corte é a 10500 RPM), ela ganha velocidade muito rapidamente e leva a moto até os 200 km/h de painel (183 km/h real, aferido pelo GPS) em pouco tempo. Mesmo sendo muito exigido, ele se mantém sem reclamar. Viajei para Foz do Iguaçu no começo do ano, e na volta fiz um trecho de 300 km a 180 km/h, e foi tudo certo.

O consumo de combustível varia muito, depende da forma de pilotar. Minha melhor média foi 21 km/l, andando a 100~120 km/h, enquanto que a pior média foi a de 10 km/l, andando a 180~190 km/h.

Além do desempenho, o que acho mais legal neste motor é que o nível do óleo do motor pode ser aferido através da Janelinha transparente na tampa direita. É um recurso banal, até a minha Yes 125 tem isso, mas nem todas as motos tem, e isso facilita muito na hora de verificar se a moto está com o funcionamento normal.

O marcador da temperatura do fluído de radiador no painel também é muito útil, mas nunca varia… Fica sempre na metade, independente da forma de pilotar. O radiador faz bem seu papel e o motor não fica excessivamente quente entre as pernas. Rodar com a moto, no calor ou no frio, não incomoda, mesmo quando parado no trânsito.

Suspensão e Pneus

A suspensão da moto é muito macia e confortável. Os ajustes são fáceis de fazer, e funcionam muito bem. Acho que muito da estabilidade dela nas curvas se deve a suspensão. Na revisão de 12 mil km, foi trocado o fluído hidráulico das bengalas, e a moto ficou bem melhor mesmo. Numa moto deste tamanho, é bom não subestimar a importância da manutenção da suspensão.

Os pneus originais, como falei desde o primeiro teste, não são muito bons. Achei eles pouco aderentes, pouco grip. Apesar disso, eles duraram exatamente 12 mil km, mais do que eu achei que durariam.
Troquei pelos Metzeler Tourance Exp. Eu planejava colocar pneus lisos na moto, mas esses pneus apareceram numa boa oportunidade e eu acabei ficando com eles. Gostei muito mais, o grip dele é muito maior e eu sinto mais confiança para entrar mais rápido nas curvas.
Mas acho que estes vão durar mais, principalmente porque meu comportamento com a moto mudou bastante. Hoje eu acelero menos e freio menos. Com uma pilotagem mais cuidadosa, certamente os pneus vão sofrer menos.

Acessórios e adaptações

Fiz algumas mudanças na moto, nada muito significativo. A primeira e mais óbvia foi a instalação de um bauleto. Optei pelo Givi de 45 litros, que é barato e atende a minha necessidade. Penso em colocar malas laterais, mas até agora não criei coragem. As que mais me agradaram foram as de alumínio, mas são meio caras. Preciso fazer o Blog render mais para poder comprar! :)

Malas laterais de alumínio

Instalei também faróis de Xenon na moto. A iluminação original não é ruim, na verdade, é excelente. Instalei porque o fornecedor patrocinou o teste do Xenon, e por estética, já que a luz branca espalhada fica bem legal a noite. Mas se não fosse o teste, deixaria original mesmo.

Também instalei uma tomada de 12V, o famoso acendedor de cigarros que há em todos os carros. O meu celular tem GPS, mas com o sinal GPS ligado, a bateria do mesmo acaba em pouco tempo, então ligando ele com o carregador automotivo (que é ligado ao acendedor de cigarros), não há este problema. Em breve vou colocar um tutorial aqui no Motos Blog.

Tomada 12V

Celular com GPS

Para facilitar os trabalhos de manutenção e lavagem da moto, comprei também um cavalete, que mantém a roda traseira suspensa. Facilita muito na hora de lubrificar a corrente e lavar a moto.

Cavalete

E por último, coloquei frisos refletivos nas rodas da moto. Na cor laranja. Mudam completamente o visual da moto, e servem de iluminação passiva, aumentando a segurança a noite.

V-Strom com frisos refletivos

Conclusão

De um modo geral, a moto está dentro da minha expectativa. Como eu vim de motos mais leves e ágeis, e sempre gostei de correr, acabei me frustrando um pouco com o fato da V-Strom não me entregar a mesma agilidade. Mas como o objetivo é realmente viajar, e na estrada ela se sai muito bem, estou satisfeito. Mas eu não vejo a hora da Luana comprar uma Naked para eu poder acelerar sem medo de vez em quando! Hehehehe.

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