Lembranças de uma motociclista – Parte 2

As dificuldades de ter uma moto que você ainda não tem muita habilidade pra pilotar são grandes, ainda mais quando você vive em uma cidade que as pessoas não respeitam as vagas para motos.

Outro dia fui até uma panificadora que fica na Avenida Brasil, no centro de Foz do Iguaçu; Quando cheguei no lugar onde deveria haver 4 vagas para motos, me deparei com um carro estacionado no lugar. Logo pensei: “Poxa vida, a próxima vaga de motos fica em uma subida. Vai ser difícil pra estacionar lá, talvez até derrube a moto”, e então chamei a guarda municipal, e fiquei ali encostada perto de um poste esperando a dona do carro chegar. Logo que ela chegou e viu a multa no pára-brisa do carro me perguntou se eu tinha visto pra onde foi o guarda que a multou, e então eu, alegre, falei: “Pra onde ele foi eu não sei, mas sei de onde ele veio. Eu que chamei. E inclusive estou esperando a senhora tirar o seu carro da vaga de motos para poder colocar a minha moto…”. A mulher saiu bufando e eu fiquei feliz, e o desanimo de não ter onde estacionar foi embora.

Encontro em Toledo/PR

Eu sempre gostei de ir a encontros de motos, e a minha amiga Flavia sempre ia pra tomar conta de mim, e em um desses encontros resolvemos apostar arrancadas em uma pista que foi usada no dia anterior por uma equipe que faz shows de wheeling. O chão estava cheio de borracha queimada, mas lá estávamos nós duas dando pau em todas as outras motos, a pista ficou cheia de gente em volta, afinal era uma louca de Falcon dando pau em todo mundo, e uma maluca que ficava de pé em cima de uma Virago 250. Chegou uma hora que vi a Flavia acelerando feito uma desesperada, então ela fica em pé na moto, a galera aplaude e ela PUMMMM!!! Caiu no chão toda espatifada! Despero geral! Larguei a minha moto e não sabia se ia olhar o estrago na moto dela ou se ia ver se ela estava machucada.

Passei correndo pela moto dela, fiz uma analise rápida e vi que a moto estava toda arrebentada, abandonei e corri para a Flavia. O ombro dela estava na altura do queixo e a primeira coisa que a anormal me pergunta é: “Lu, como está a Pê?” (Penélope nome da moto da anormal). Eu respondi, “Está INTEIRA não aconteceu nada com ela!”, e então ela perguntou: “E meu ombro? Eu estou sentindo muita dor, não consigo nem mexer!”, eu respondi, ele tai ai, no lugar que deveria estar. Logo chegou o SIATE (Ambulância). Tive que ficar olhando a Flavia brigar com os caras pra eles não rasgarem a jaqueta de couro, acho que o braço dela ficou mais machucado por tentar tirar a jaqueta sem rasgar do que pelo tombo.

Eu e a Flávia

No fim, tive que levar minha amiga de volta pra casa, a 350km de distância. Ela foi amarrada em mim porque ela não conseguia se segurar. A cena foi engraçada, chegamos a cidade uma amarrada a outra em apenas uma moto, mas no final tivemos historia pra contar pra toda nossa vida, e isso vale a pena. É claro que ela ficou um pouco brava com o estrago na moto, mas ela ficou conhecida como a menina que surfava e eventualmente não conseguia ficar em cima da moto.

Conto mais na semana que vem!

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