Suzuki DL650 V-Strom com 63 mil km – Teste completo

Hoje trago mais uma atualização sobre a “vida” da minha moto.

Eu tenho o costume de fazer os testes do Motos Blog sempre em três momentos distintos: Um logo que eu pego a moto e ela tem poucos dias de uso, mostrando as primeiras impressões, outro após alguns meses (e muitos KMs), demonstrando um amadurecimento nos conceitos formulados no primeiro teste, e por fim um outro teste, após muito tempo de uso, para falar mais sobre confiabilidade, durabilidade e manutenção. Fiz isso com a Yes (que já foi vendida, inclusive), estou fazendo com a Lead (que embora ruim, continua em uso), e estou fazendo hoje com a V-Strom.

Vou separar a análise nos tópicos “Perfil de uso”, “Manutenção” e “Conclusão”.

Perfil de uso

Já faz pelo menos 2 anos que eu tenho usado a V-Strom diariamente para ir e voltar do trabalho. Isso aconteceu quando eu passei a ir e voltar com a minha esposa, e a Yes se mostrou excessivamente desconfortável para o trajeto Osasco-Paulista com duas pessoas. A V-Strom não faz o tipo de moto para uso urbano diário, mas eu confesso que eu ADORO a moto para isso. São raros os corredores por onde ela não passa, e eu já me acostumei ao trânsito de São Paulo com ela. A moto continua sendo pesada mas acho que de tanto usar peguei prática e hoje para mim é natural pilota-la no trânsito congestionado.

Por outro lado, a moto é feita para viagens, e eu praticamente não tenho viajado. Acho que nos últimos 2 anos fiz 2 ou 3 passeios próximos, e apenas duas viagens (uma para o Rio de Janeiro e outra para Foz do Iguaçu). Curioso não? Comprei a moto para viajar e agora que tenho, viajo pouco.

Manutenção

O meu tipo de uso (urbano praticamente o tempo todo) me fez pensar que talvez eu estivesse “forçando” a moto demasiadamente, principalmente com relação a embreagem, relação (transmissão secundária), freios e pneus, mas para minha surpresa, relação e embreagem não tem demonstrado grande desgaste.

A relação durou exatamente 51 mil km. Sim, durou tudo isso mesmo! Desde 0 km estive usando a mesma coroa, corrente e pinhão. Troquei (paguei 900 reais no kit completo original) e espero que dure ainda mais desta vez (graças ao lubrificador automático TUTORO). Para mim é um ÓTIMO custo-benefício. Na Falcon já tive relação que durou 15 mil km ao custo de R$ 400,00!

A embreagem até hoje está boa, e ainda é a original, que veio com a moto quando peguei na loja. Eu acho que vou ter que trocar os discos de embreagem daqui a uns 10 ou 15 mil km. Esta também foi uma grata surpresa, pois eu uso MUITO a moto em trânsito congestionado, e a embreagem sofre bastante nesta situação.

Pastilhas de freio tem durado dentro do esperado para mim: Em torno de 15 mil km as dianteiras e 40 mil km as traseiras. Sempre usando as originais (compradas em concessionária). Arrisquei outro dia comprar pastilhas da EBC (mesmo preço das originais), e embora o desempenho delas seja bom, a durabilidade não é… duraram apenas 5 mil km.

O único “incidente” mais grave que tive com a moto foi uma vez que um dos comandos de válvula do cilindro traseiro “pulou” e saiu de sincronia. Felizmente isso aconteceu dentro da oficina, quando eu fui ligar a moto, e não houve nenhum dano ao motor. Eu fiz um vídeo na ocasião.

Outro incidente que tive, este mais recente, foi um mal contato no botão de partida (Start). O botão é responsável por duas tarefas: Acionar o motor de arranque e apagar o farol. O contato metálico do farol se oxidou e, devido ao mal contato gerado ele aqueceu e derreteu, fazendo o farol parar de funcionar. O que eu fiz foi cortar os fios e liga-los a um interruptor no guidão, assim eu posso ligar e desligar o farol manualmente. Eu pretendo trocar esta peça em breve.

Fora isso, faço apenas o que está especificado no cronograma de revisão: Troca de óleo a cada 3000 km, filtro a cada 6 mil, fluído de suspensão a cada 12 mil.

Eu estou usando velas “Iridium” na moto. Fiz um post sobre este assunto, mas o que eu posso adiantar é o seguinte: Pelo menos na V-Strom, não vale tanto a pena. Não há ganho de desempenho nem economia de combustível significativa.

Outra alteração que fiz foi trocar o filtro de ar original pelo K&N. Este sim fez uma ENORME diferença, tanto no desempenho quanto no consumo (ambos melhoraram, a moto está fazendo 19 km/l). Além disso, o filtro não é descartável, e dura a vida toda, então nunca mais terei que trocar ele, basta limpar e está pronto para ser usado novamente.

Conclusão

Nesses 3 anos e meio que estou com a moto, ela só tem me dado alegria. Confiável, robusta, econômica e versátil, estou muito satisfeito com a “Elefanta”. Peças muito duráveis, manutenção simples e barata, não tenho do que reclamar.

Fiz uma simulação no Moto Calc, e o custo por KM rodado, para mim, é de R$ 0,40. Não acho caro para a moto que é.

Eu não pretendo trocar de moto tão cedo. Pelo jeito a V-Strom ainda vai longe antes de eu cogitar trocar ela por outra moto. Hoje o modelo novo da V-Strom tem ABS, mas pelo que vi, fora o ABS, pouca coisa “realmente” mudou, o que é ótimo, já que o conjunto é campeão. No entanto, o mercado agora oferece outras opções bem legais, como a Triumph Tiger 800 ABS, então escolher uma moto com esta proposta e faixa de preço está um pouco mais difícil nos dias de hoje. Quem pretende comprar uma moto desta categoria precisa pesquisar bastante.

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E se você tem uma V-strom também, conte sua experiência!

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